Logo no comecinho de 2013, na pré-produção do “STAR WARS – O Despertar da Força“, os ilustradores Ian McCaig e Christian Alzmann imaginaram um Han Solo com cara de Rooster Cogburn, personagem do Jeff Bridges (e do John Wayne 40 anos antes) no filme “Bravura Indômita“. Barba, cabelo comprido e um sobretudo empoeirado, aquela cara de cowboy surrado dos filmes do Sergio Leone. Como o Han Solo foi concebido inicialmente como um cowboy espacial, nada mais coerente, o cara ficou velho, cansado, rabugento e se transformou no Harrison Ford de sempre. Não precisaria nem atuar. Mas como J.J. Abrams foi contratado para fazer um reboot/continuação, o briefing era repetir o máximo de idéias possíveis – ivestimento risco zero – pode até inventar umas paradas, mas sem exagerar. Então o Han Solo acabou, 35 anos depois, fazendo um cosplay dele mesmo. Não que eu não tenha gostado do filme, gostei bastante até, mas confesso que o excesso de idéias repetidas e a falta de ousadia me deixaram um pouco decepcionado. Te digo que essa foi a melhor idéia jogada fora de toda a produção. Não iria tão longe a ponto de dizer que empobreceu o personagem, mas talvez tenha deixado passar uma oportunidade de enriquecê-lo ainda mais.
Sabendo disso, esse é o Han Solo que eu gostaria de ver na tela do cinema.
Na hora do despertar da fome conte sempre com o melhor restaurante por quilo da galáxia. Aberto de segunda à sábado, a equipe de cozinha segue à risca receitas de primeira ordem e o gosto exigente do seu fundador, oferecendo refeições sem spoilers com um toque caseiro inigualável. Aos sábados o cardápio é especial, com deliciosos pratos da cozinha wookie, mandaloriana, corelliana, além da tradicional feijoada, um dos destaques do cardápio. A casa não tolera desperdício, então cuidado com o olho maior que a barriga, pois aqui “you will finish what you started”.
Enfim, saudade da MAD dos anos 80, do Mort Drucker, Don Martin, Al Jaffee, Angelo Torres, Sérgio Aragonés, Jack Davis…
Foi épico sim, foi do caralho. Não é todo dia que se reúne 80.000 pessoas num evento sobre quadrinhos, cinema, séries, games, cosplays e nerdices em geral. Muita gente sentindo na pele o que é participar de fato de uma Comic Con, e era essa a idéia desde o começo. Não vi ninguém torcendo contra, o que é até meio raro, mas vi um povo meio desconfiado, meio duvidando. Durou pouco, era só passar da portaria pra entender que foi foda, superou todas as expectativas e cumpriu seu papel. Pela primeira vez o Brasil viu de perto o que é uma Comic Con.
Muita gente passando o tempo todo no Stout Club, conversando, comprando e tendo o contato com a gente e os outros artistas do Artists Alley, uma das sete coisas mais legais da Comic Con Experience, segundo o Update or Die, “lá os artistas podiam expor e vender seus trabalhos e os interessados levavam as obras autografadas e ainda podiam bater um papo com os artistas. Coisa linda de ver!”
O lançamento do Diburros Sketchbook Vol. 2 foi ótimo, vendeu bastante e me deixou bem contente com o feedback da turma que conhecia o blog há anos e dos novos amigos que passaram a conhecer. Todos os lançamentos foram sucesso, o Garage Days Vol.2 do Rafa, a História mais Triste do Mundo do Edu, nossos pôsteres, os cards, quase tudo esgotou. Inclusive, pra quem me perguntou, ainda não sei ao certo onde o Diburros Sketchbook Vol. 2 estará à venda, online ou offline. Assim que souber eu coloco as informações aqui.
Foram quatro dias puxados, quase não deu pra sair do estande, mas muito divertidos recebendo os visitantes ao lado do Rafa, Edu, Debs, Scavone, Thedy e Rogê #emagrecerogê (a campanha continua). Vizinhos e também Stouters, Gustavo, Nunes, Bá, Moon, os hipsters caipiras Lilian & Pirica (o bigode) e o Montanaro que vinha de vez em quando dar aquela espiada, iluminavam o lugar com sua mágica presença. Um enorme obrigado ao eficientíssimo Denon e Romulêra, que acabou deixando o evento com seu sketchbook carregado de originais não solicitados. Não podia deixar de agradecer também à Vivis, minha linda, que trocou seu único dia de descanso para participar da zueira-never-ends que foi aquele canto. Até o Ivan, Érico e Forlani de vez em quando paravam o que tavam fazendo pra brilhar no Stout.
Além dos bróder do Stout, muita gente foda também estava por lá. A turma do QUAD, o Schaal, o Ferigato, o Aluísio e o Diego com o segundo volume da sua HQ pós-apocalíptica cheia de robôs. Os caipiras até o osso, Thobias e Camilo com sua HQ Capiar… quer dizer, Captar, sobre a difícil vida de dois pé-vermeio na capital. A Lu e o Vitor Cafaggi, Jack Herbert, que finalmente encontrei ao vivo, os incríveis Dead Hamsters, Júlia, Davi Calil, o Greg, o Fujita e o mestre Roger Cruz. Encontrei o Danilo também, acabei nem vendo o seu novo grande lançamento Astronauta – Singularidade, mas trouxe seu One Shooter, um dos gibis mais legais da convenção. Pro Flávio Luis só digo uma coisa: Yoda-se. Não dá pra lembrar de todos, mas dá pra ter uma idéia do alto nível.
Um evento como esse só pode trazer grandes histórias e lembranças. Uma delas foi a presença do Sensei Ricardo Leite, que me deu o enorme prazer de ser um dos primeiros a levar pra casa meu novo sketchbook. A chegada do Kleyton & Spider-Tom, Suannes, Vince Vader, Sidão e tantos outros também foi muito bacana. Autografei patos, muitos patos e aproveitei para colar na do Dave Johnson e Sean Murphy pra observar como trabalham e ver se aprendia alguma coisa. Tentei decorar cada pincelada. Também jamais me esquecerei, por exemplo, do Tusken Raider que apareceu por lá tocando o terror sem medo da morte enquanto jogava areia na cara de pobres jedis com seus sabres-de-luz de plástico. A Vivis evitou o dinossauro, mas encarou o Wolverine. Cosplays incríveis, maravilhosos como o Marty McFly e seu Hoverboard, o Róbin, ele mesmo em pessoa e o majestoso e poderoso Thanos, em carne e osso, tal qual vimos pela última vez no cinema. Por fim, contamos com a ilustre presença de Ben Affleck, já no seu novo uniforme de Dark Knight. Épico é pouco. Mais épico que isso, só o Forlani#EpicForlani
Mas nem só de fita crepe, papelão e roupas frouxas de nylon vive a Comic Con Experience. Achei bem foda esse vídeo da Animaff sobre a nata do cosplay brasileiro. Tá melhor que muita coisa gringa que eu já vi. Pra quem não foi, dá pra ter uma idéia do clima do evento.
Eu acompanhei, vi o trabalho que deu montar a primeira Comic Con que tivesse cara de Comic Con no Brasil, sei que vocês perderam quilos, noites, ralaram o cu na ostra e descascaram pepinos cósmicos pra fazer esse evento da forma como deve ser. Valeu a pena. Meus sinceros parabéns, Érico, Forlani, Hessel, Ivan, Joe Prado, toda a turma do Omelete e Chiaroscuro. Ceis foram Épicos.
Você comprou passagens, você reservou hotel, você marcou os dias na agenda, você comissionou sua mãe pra te costurar um lindo cosplay, você aprendeu a dizer “oi” em dothraki pra fazer média com o Khal Drogo, você ficou triste com o Gus Fringe, você separou um livro velho da Coleção Vagalume para pagar meia, você sonhou com esse evento, você contou os dias, você fez listas, você passou o ano inteiro juntando dinheiro. O dia chegou e é hora de aproveitar tudo o que a Comic Con XP tem pra oferecer.
Diburros Sketchbook Vol. 2
“Três anos de rabiscos desde a última edição, semanas percorrendo páginas e mais páginas de velhos cadernos, incontáveis horas passadas no scanner, dias editando e editando novamente. Ele está de volta: Diburros Sketchbook Vol. 2. Seguindo os passos do sketchbook mais amado de 2011, esse segundo volume traz mais páginas, muito mais esboços e idéias tiradas diretamente dos cadernos do ilustrador Macelo Braga. Explorando ainda mais seu processo criativo e seus estudos casuais entre trabalhos, durante almoços ou simplesmente por prazer, esse livro é fonte de inspiração para qualquer artista.”
POSTERS
Não dá pra voltar pra casa sem o ultra-blaster-jedi-exclusive-limited-poster “Endor Symphony Orchestra”, minha singela homenagem aos 30 anos do capítulo final (pelo menos até o próximo filme) da saga da família Skywalker e sua incrível trilha sonora composta pelo maestro John Williams. O pôster é grande, mede cerca de 40cm X 93cm e fica foda na parede da sala. Também vou levar o pôster do HULK feito para o livro Ícones dos Quadrinhos em 40cm X 56 cm e o Hellboy que fiz para os 20 anos do personagem, 40cm X 61cm.
POSTERS A3
Também teremos em A3 o clássico pôster SMURFS WARS, HULK, CHEWBACCA CORPS, e PRA CASA DO CABEÇA teaser, anunciando para 2015 o lançamento do primeiro número da História em Quadrinhos mais aguardada desse blog. Antigos leitores entenderão.
Se quiser saber mais sobre a minha HQ, confira um preview de 3 páginas desse e outros quadrinhos que será distribuído gratuitamente no estande do Stout Club no Artist’s Alley,mesas 86 a 90. Apareça pra trocar uma idéia e rever os amigos. Estaremos lá nos quatro dias da convenção eu, Rafael Albuquerque, Eduardo Medeiros e Rogê Antônio. Prestigie também nossos queridos vizinhos Felipe Nunes e Gustavo Duarte.
Fontes internas confirmam que a principal trilogia derivada da nova fase da saga e parte da segmento Star Wars Anthology será mesmo Chewbacca Corps. Ainda não se sabe se as aventuras desse disfuncional grupo tático de operações galácticas vai acontecer antes ou depois dos eventos de Star Wars – Episódio VII, ou mesmo durante o incômodo limbo que se existe entre o terceiro e quarto episódios, mas uma coisa J.J. Abrams garante “esse wookie, esse jawa e esse ewok vão aprontar mil e umas com Jar Jar Binks, que é pura encrenca e vai transformar a galáxia numa grande confusão”.
Para Abrams a união desses personagens liderados pelo veterando Chewbacca é a realização de um sonho que vinha nutrindo desde o Episódio I e disse que vem dando pistas nas imagens que solta na internet sempre assinando J.J., que como fãs mais atentos já haviam percebido, são as iniciais do gungan mais querido dessa distante galáxia. George Lucas, claro, segue como principal consultor e produtor executivo do spin-off. Com o título provisório de Star Wars Anthology Chewbacca Corps – How The Empire Stole The Life Day, o filme vem sendo tratado como o The Expendables da franquia e ainda não tem data de estréia, mas promete ser o maior sucesso da Lucasfilm desde Caravana da Coragem. “Utini-pitwawa! Mesa like it!”.