I did this commission a few years ago portraying DC Heroes with their indelible and endearing relationship with their underpants. Quickly searching the internet we can see that “the circus wrestlers and performers used to wear underwear outside their pants while performing stunts as it made their pelvis region look broader and muscular” and I think we can all agree on that. Long live heroic underpants over pants.
THE NEVERENDING SKETCHBOOK
Quase todos esses sketches vêm de um sketchbook que eu comprei no comecinho de 2014 com a intenção de terminar no máximo em 2015. No início foi bem, desenhos quase todos os dias, qualquer idéia tava valendo, fluía bem e eu tava gostando de variar um pouco a marca do caderno. Dessa vez eu tava usando um Canson, quase do mesmo tamanho dos meus anteriores da Handbook só que mais do que o dobro das páginas e esse foi meu grande engano. As páginas do Canson são bem mais finas e portanto terminar esse caderno levaria no mínimo o dobro do tempo normal pra mim, mas somado ao fator psicológico a tendência seria levar até mais, já que você vai vendo que fica cada vez mais difícil e a preguiça e o desânimo acabam ganhando espaço. Enfim, eu ainda não tinha me ligado desse detalhe, ou tinha, mas achei que seria fácil e mandei ver.
Como disse antes, rendeu bastante na época em que eu estava na Y&R, especialmente durante os almoços com os caras, desenhando-os contra sua vontade ou a favor. Metade do sketchbook é da turma da agência, Cherém, Silas, Rômulo, Rodolfo, Denon (inclusive o Denon deveria ter uma sessão especial nesse blog de tanto que eu desenhei ele nessa época). Mas depois foi ficando mais difícil, em 2017 saí de lá (na verdade fui saído) e fiquei um tempo trabalhando de casa e aí o motor que movia esse caderno, os almoços em turma, ficaram bem mais raros. Essa parte da minha vida eu contei com certa riqueza de detalhes no quarto episódio do Podcast da Virtude.
Esse programa é bacana, é o podcast da Sociedade da Virtude, do Ian e do Thobias. Obviamente você já os conhece e também conhece o trabalho deles. É engraçado e sem edição, então fica esse clima de 5ª série, mas sem pegar muito pesado.
Agora voltando ao sketchbook – aí deu uma parada. Ele ficou bem encostado por quase um ano e foi voltar de leve lá pra 2018, quando eu já estava na Wildlife e tentando voltar à tradição de desenhar a galera nos almoços. É difícil trazer de volta um hábito depois que você perdeu. Além do mais, hoje eu basicamente almoço em restaurantes por quilo e o desenho flui mais quando você está num a la carte e fica rabiscando antes de chegar a comida ou esperando a conta. É bobagem, mas é assim mesmo que funciona. Também tem o fato de que a idade chegou e agora preciso de óculos pra poder ver direitinho o que tou desenhando e isso é uma bosta. Antes era chegar e sentar, mas agora tenho que botar a merda desses óculos e isso é uma etapa a mais que acaba ajudando a desanimar. Mas até que tá rolando um pouquinho, de uns tempos pra cá deu uma recuperada.
Já faz uns aninhos que eu fiquei muito sem tempo de sentar e rabiscar as coisas. Depois que você tem filhos, meu amigo, o bicho pega e se você não tinha tempo pra fazer as suas coisas, é agora que você não vai ter mais. Olha só pra esse blog. Nem atualizo mais quase, nem sei porque eu ainda tenho um blog pra dizer a verdade, talvez porque seja fácil de achar as coisas, ou porque pelo menos de alguma forma essas imagens caiam em alguma busca no Google. A verdade é que eu ainda mantenho esse espaço aqui porque eu sou velho e aqui não tem porra nenhuma de algorítmo dizendo o que vai aparecer antes na timeline de ninguém. Eu ainda mando nesta merda, mesmo que ninguém visite ou que não sirva pra nada. Num mundo onde tudo tá uma zona, pelo menos aqui as coisas ficam com uma aparência de organização, né? Até fiz um Artstation pra postar os trabalhos que ando fazendo com games, mas não é a mesma coisa (também ainda não subi nada nesse sentido lá, desculpe).
Ainda falta mais ou menos um quarto desse caderno e nesse ritmo que tou indo devo acabar lá pra 2025. Capaz de ficar mais de 10 anos num único sketchbook, olha que beleza. Bem, talvez seja injusto dizer isso, eu andei preenchendo outros cadernos com bastante desenhos também, mas é tudo coisa de trabalho ou lista de compras, é diferente. Esse que eu carrego pra cima e pra baixo dentro da mochila é aquele só com coisa pessoal que eu faço desde sempre. É aquele amigo que te acompanha num consultório médico e te faz companhia na rodoviária.
É claro que esse amigo ficou meio encostado também com a chegada dos smartphones. Hoje é muito mais fácil eu estar numa sala de espera vendo memes e rindo feito um boçal da tela do celular do que estar desenhando idosos e pessoas tão entediadas quanto eu e não há desculpa pra isso. É errado e eu sei. Mas a real é que eu não aguento mais ver esse caderno, coitado. Como a encadernação é de papel e cola, um pouco mais, digamos “humilde” do que a do Handbook (que é de tecido e tal), ele está se desfazendo, cheio de adesivos e gambiarras pra segurar a capa no lugar. Tá feio. Devo estar exigindo demais dele, a gente até já tomou chuva juntos e não foi só uma vez.
Já deveria ter aposentado esse senhor há tempos e dado o lugar pra outro caderno, mais curto se possível e com maiores chances de ser terminado num espaço razoável de tempo. Mas eu vou tentar. Me comprometo aqui a tentar zerar esse sketchbook ainda esse ano, é uma questão de honra. Ainda mais porque no estado em que ele está eu não sei por quanto tempo ainda aguenta ser carregado de um lado pro outro. Não sei nem quanto tempo eu mesmo me aguento.
DARK KNIGHT RETURNS – FRUIT MARKET
Quando se fala na importância de “Dark Knight Returns – Fruit Market” em comparação à outras aventuras do Bátema, é preciso ter em mente alguns aspectos que estruturam a obra. O primeiro e mais importante é a idade de Bruce Wayne, agora um velho de 55 anos, amargurado e consumido por uma angústia que o isola e o faz reviver tormentos do passado no Baile dos Enxutos. Outro importante pilar da narrativa é a relação entre sua tia e o Coringa (o palhaço, o bobo) que é o ponto alto do roteiro de Frank Miller. Quando Clotilde e Dick (aquele viadinho) retornam à cena, Bátema já é o líder do Capote Group e não há desfecho mais incrível para uma história desse tipo. Muito mais do que no início da saga, temos a noção clara e simbólica de que esse documento não prova nada, prova só que o Coringa é um filha da puta.
O Menino Prodígio
Poucos super-heróis exerceram o mesmo fascínio que o menino prodígio desde sua primeira aparição, no número 38 da revista Detective Comics. Nessa edição de 1940 nascia o tão amado personagem, mas o momento exato de sua consolidação como coadjuvante do Bátema só viria a ser precisamente mostrado décadas mais tarde, nessa incrível tira de Eoin Ryan. Como todos sabem, Robin, aquele viadinho, o Dick, alterego de Dick Grayson ou Ricardo Tápia (dependendo do país em que você esteja) é o chutinho de lado original do Homem-Morcego, o primeiro sidekick. Muitos outros vieram na rabeira, como o Ricardito, Bucky, Aqualad e Gary. Até o Faustão já teve o Faustinho.
Tamanho sucesso e popularidade não poderiam ser simplesmente explicados por sua incrível agilidade e desenvoltura no combate ao crime. Há algo mais no parceiro-mirim do Bátema, algo que nem Bob Kane e Bill Finger, seus criadores, saberiam explicar. Ou talvez soubessem, o nome “Robin” foi uma homenagem de Kane e Finger ao jovem arte-finalista Jerry Robinson, parceiro mirim de ambos na vida real, o que pensando bem, é mais do que suficiente para elucidar alguma coisa. Mas também é o nome gringo daquele manjado passarinho, o Sabiá, informação que acrescentaria mais sentido à sua criação desde o princípio, afinal, foi concebido (com sucesso) pra trazer um clima mais alegre e colorido às histórias escuras e sombrias do Batman. No Brasil a simples tradução literal do nome Batman & Robin para Homem-Morcego & Sabiá já seria suficiente para projetar mais cores sobre a consagrada dupla dinâmica e calar para sempre qualquer obscuridade.
Róbin é foda
Todo mundo adora zoar o Robin. “Vem zuar agora, filho da puta”, Robin (Ricardo Tapia) #chuparômulo
Batman – Feira da Fruta
Em março de 2012, Eduardo Ferigato “estava precisando fazer alguma coisa pra se alegrar”, então veio com a idéia de adaptar para os quadrinhos aquele famoso filme, o clássico indiscutível, a obra prima da dublagem nacional de 1981: Batman – Feira da Fruta. Ótimo (pensei juntamente com todos os outros convidados), finalmente poderemos ler uma HQ com as aventuras do Dick, Clotilde, Coringa (o Joker, o palhaço, o bobo), e grande elenco.
Fiquei com a página 10, “mas não se preocupem, rapazes”, as páginas estão todas muito legais e a Feira da Fruta em Quadrinhos tem tudo pra ser a melhor história do Batman de todos os tempos. Bom, pensando bem, a melhor só depois dessa.
E tem mais, Comissário, pensando em todos vocês, deixei aqui o link da venerada trilha sonora do Grupo Capote para baixar e deixar seu setlist com cara de Batcaverna. Se quiser estudar o texto e se aprofundar um pouco mais, tem também o roteiro com as célebres falas para você decorar e declamar em festas infantis ou reuniões de família. Abaixo a página só no nanquim. Pode clicar.
Mas, se por acaso você não sabe do que se trata, nunca ouviu falar na obra imortal criada pelos rapazes Fernando Pettinati e Antônio Carlos Camano, ou conhece, mas nunca viu, recomendamos que clique aqui e divirta-se.
Ricardo Tapia
“Ricardo Tapia es un personaje dentro del Universo DC. Fue conocido por ser el primer Tordo, acompañando a Hombre-Murciélago en su cruzada por destruir el crimen en Ciudad Gotica. Posteriormente, al convertirse en adulto, se transformó en el superhéroe Ala Nocturna . En la actualidad, ya que Bruno Díaz se encuentra desaparecido, Tapia ha tomado el rol de Hombre-Murciélago“.