Quem não conhece o Frankenstein Jr.? Provavelmente muita gente. Eu mesmo não me lembro quando foi a última vez que assisti a esse desenho, mas faz tempo e deve ter sido na TV Manchete ainda. O moleque tinha um robô gigante que voava (bem parecido com esse), lutava contra vilões e acho que passava junto com Os Impossíveis, tipo dobradinha. A Hanna Barbera fez muita coisa e deixou um legado incrível que está sendo explorado até hoje, seja com a Peugeot utilizando a Corrida Maluca ou a DC Comics relançando todo seu catálogo em gibis mensais. A gente assistia e gostava muito de todos os personagens e por isso foi difícil escolher um quando o Omelete me pediu pra fazer um poster pra CCXP de 2015.
Só tinta.
A série era a Omelete Legends que também conta com outras duas peças incríveis, Jonny Quest & Pepe Legal pelo nosso jovem mestre Thobias Daneluz. As impressões são de alta qualidade, 60×90 cm, papel couchê fosco 320g, acabamento em verniz fosco. Limitado a 500 unidades, assinadas e numeradas individualmente. Com a ajuda do designer Erico Borgo(sim, designer), o Frankenstein Jr. acabou ganhando um clima de filme de terror. Entre no site da Mundo Geek e compre todos!
Não é bacana quando alguém faz uma versão do seu herói preferido? Quem viu não se esquece quando nos saudosos anos 80 os Trapalhões de vestiam de Super-Heróis, ou quando o Wolverine apareceu surtado pela primeira vez num jogo de luta. Aparentemente hoje o pináculo da existência de qualquer um desses é ser eternizado num boneco de vinil da Funko. Tudo isso sem contar as inúmeras versões cinematográficas, boas ou ruins, não importa, todas colaboram para enriquecer e aperfeiçoar o personagem. Sherlock Holmes, Super-Homem, Pernalonga, se ainda existem é porque evoluíram sob a lente de vários talentos diferentes.
Nos quadrinhos a coisa fica um pouco mais pessoal, junto com o personagem vem um pouco da personalidade do autor, um pouco da sua visão e é claro, milhões de outras variáveis mundanas e por isso o resultado é quase sempre imprevisível, mas muito legal, especialmente quando vem de um amigo que também é um dos maiores nomes dos quadrinhos e são os seus personagens. Valeu, Rafa, por enriquecer e aperfeiçoar a figura desses três sem-vergonhas.
Tudo começa a mudar quando três amigos se encontram e decidem empreender uma jornada a pé até a casa do Cabeça, o cara mais velho e mais legal da cidade e de quem todos querem ser amigos. A estranha aventura, regada a diálogos imaturos e bullying, toma outras proporções quando captam a atenção do perturbado e poderoso Juíz, que tem motivos de sobra para se interessar pelos garotos.
O primeiro número da HQ Pra Casa do Cabeça chega pelo Stout Club. “São 44 páginas desses três garotos indo pra casa do cara mais cool da turma, aprontando mil e umas e se metendo em altas confusões pelos tortuosos caminhos dessa cidade pra lá de estranha” diria o locutor da Sessão da Tarde. Levantem dos sofás, amigos, vamos todos juntos pra casa do Cabeça.
Muitas horas gastas sobre essas páginas. Muito nanquim, borracha e corretor líquido branco. Só fazendo pra saber o trabalho que dá, as perspectivas, referências, refações e eterna edição de texto até o último minuto da entrega. E o pior é que nem dá pra dizer que parecia fácil. No fim é bom jogar todos os originais no chão e olhar o caminho todo, mesmo que página após página a Casa do Cabeça pareça estar cada vez mais longe.
Foi em 1997, no terceiro ano de faculdade, que eu desenhei pela primeira vez esse personagem com cara de caveira. Eu não me lembro exatamente, mas desconfio que a cara tenha sido influência do Spawn e as luvas desproporcionais da mão direita do Hellboy. Eu nem tinha lido Hellboy ainda, mas conhecia da saudosa revista Wizard, que por alguma razão, chegava mensalmente nas bancas de Bauru. Tinha um pouco de Venom ali também, como se o simbionte preto estivesse se arrastando por um beco sujo e, mesmo sem hospedeiro, encontrasse um par de luvas de lixeiro, parte do crânio de alguém e saísse por aí com um corpinho de criança.
Ele nunca teve nome, mas seguiu aparecendo diversas vezes nos meus cadernos por um bom tempo. Foi útil também quando levei meu portfólio (algumas pastas pretas cheias de desenhos a lápis e um ou dois trabalhos da faculdade) pra DPZ. Ele chamou a atenção do Petit que até fez algumas perguntas sobre as luvas e a cara de caveira, me ajudando a conseguir aquele estágio que deu início à minha carreira de ilustrador.
Depois de um tempo ele sumiu. Não vi mais. Comecei a criar personagens para o Petit e com tantas novas influências que me foram apresentadas na DPZ, tentei mudar meu estilo de desenho, expandir os horizontes e me esforçar pra de fato aprender os meandros da profissão. Com isso muita coisa ficou pra trás, especialmente os personagens que, na minha opinião, estavam defasados com tanta novidade interessante surgindo todo dia na minha frente.
Mas essas coisas nunca vão embora de verdade. De vez em quando, mexendo nas minhas caixas, eu o reencontrava e pensava “talvez um dia eu consiga enfiá-lo em algum projeto, um personagem para meu estúdio, um game feito em flash ou até uma história em quadrinhos”.
Saindo da DPZ eu consegui ter um pouco mais de controle sobre meu tempo e deu vontade de fazer alguma coisa em quadrinhos. Mas nada que desse muito trabalho, nada muito elaborado que envolvesse muita anatomia ou tramas complicadas, algo que fosse uma desculpa pra eu desenhar só o que me desse vontade e, quem sabe, trazer de volta a diversão que era criar novos personagens sem motivo ou razão específicos. Desenhei essas páginas, criei os dois primeiros personagens na hora, um diálogo idiota e pra fechar, trouxe de volta meu velho amigo com cara de caveira.
Essas três primeiras páginas, escritas e desenhadas sem roteiro, completamente no improviso, fizeram um certo sucesso dez anos atrás, no segundo semestre de 2005 na antiga versão do Diburros. Um grupo de fãs comentava e cobrava a próxima página a cada post, mesmo sem redes sociais pra espalhar a notícia. A página quatro só veio no ano seguinte, e pra não deixar o assunto morrer, eu fechei 2005 com esse cartão de natal aí embaixo. A frequência era mesmo muito ruim, às vezes eram meses sem notícias da Historinha, mas mesmo assim o feedback via comentários acabou incentivando a aventura por três anos até a página 19, última que publiquei por lá.
A história já tinha um público até razoável, mas como era feita no freestyle, corria alto risco de não chega a lugar nenhum. Temendo por um final com cara de LOST, achei melhor parar pra escrever de fato um roteiro, com começo, meio e fim, amarrando todas as pontas soltas e justificando aquela zona toda pra pelo menos dar um sentido na jornada desses três personagens. Isso levou um bom tempo e quando a estrutura do texto estava quase resolvida eu já não gostava mais do traço e resolvi redesenhar tudo do zero. Se ia redesenhar tudo, valia a pena editar o que eu achava redundante, chato ou fraco e isso deu ainda mais trabalho. E já que ia dar trabalho, valia a pena então fazer direitinho e publicar. Dividi a história em alguns volumes e me dediquei a terminar pelo menos o primeiro.
Chegamos em 2015 e aí está. O primeiro número da HQ “Pra Casa do Cabeça” chega na CCXP pelo Stout Club. “São 44 páginas desses três garotos indo pra casa do cara mais cool da turma, aprontando mil e umas e se metendo em altas confusões pelos tortuosos caminhos dessa cidade pra lá de estranha” diria o locutor da Sessão da Tarde. Levantem dos sofás, amigos, dia 03 de dezembro iremos todos juntos pra casa do Cabeça.
“Três anos de rabiscos desde a última edição, semanas percorrendo páginas e mais páginas de velhos cadernos, incontáveis horas passadas no scanner, dias editando e editando novamente. Ele está de volta: Diburros Sketchbook Vol. 2. Seguindo os passos do sketchbook mais amado de 2011, esse segundo volume traz mais páginas, muito mais esboços e idéias tiradas diretamente dos cadernos do ilustrador Macelo Braga, explorando ainda mais seu processo criativo e seus estudos casuais entre trabalhos, durante almoços ou simplesmente por lazer, esse sketchbook é fonte de inspiração para qualquer artista”. 15 x 23cm | 64 páginas P&B
Foi épico sim, foi do caralho. Não é todo dia que se reúne 80.000 pessoas num evento sobre quadrinhos, cinema, séries, games, cosplays e nerdices em geral. Muita gente sentindo na pele o que é participar de fato de uma Comic Con, e era essa a idéia desde o começo. Não vi ninguém torcendo contra, o que é até meio raro, mas vi um povo meio desconfiado, meio duvidando. Durou pouco, era só passar da portaria pra entender que foi foda, superou todas as expectativas e cumpriu seu papel. Pela primeira vez o Brasil viu de perto o que é uma Comic Con.
Muita gente passando o tempo todo no Stout Club, conversando, comprando e tendo o contato com a gente e os outros artistas do Artists Alley, uma das sete coisas mais legais da Comic Con Experience, segundo o Update or Die, “lá os artistas podiam expor e vender seus trabalhos e os interessados levavam as obras autografadas e ainda podiam bater um papo com os artistas. Coisa linda de ver!”
O lançamento do Diburros Sketchbook Vol. 2 foi ótimo, vendeu bastante e me deixou bem contente com o feedback da turma que conhecia o blog há anos e dos novos amigos que passaram a conhecer. Todos os lançamentos foram sucesso, o Garage Days Vol.2 do Rafa, a História mais Triste do Mundo do Edu, nossos pôsteres, os cards, quase tudo esgotou. Inclusive, pra quem me perguntou, ainda não sei ao certo onde o Diburros Sketchbook Vol. 2 estará à venda, online ou offline. Assim que souber eu coloco as informações aqui.
Foram quatro dias puxados, quase não deu pra sair do estande, mas muito divertidos recebendo os visitantes ao lado do Rafa, Edu, Debs, Scavone, Thedy e Rogê #emagrecerogê (a campanha continua). Vizinhos e também Stouters, Gustavo, Nunes, Bá, Moon, os hipsters caipiras Lilian & Pirica (o bigode) e o Montanaro que vinha de vez em quando dar aquela espiada, iluminavam o lugar com sua mágica presença. Um enorme obrigado ao eficientíssimo Denon e Romulêra, que acabou deixando o evento com seu sketchbook carregado de originais não solicitados. Não podia deixar de agradecer também à Vivis, minha linda, que trocou seu único dia de descanso para participar da zueira-never-ends que foi aquele canto. Até o Ivan, Érico e Forlani de vez em quando paravam o que tavam fazendo pra brilhar no Stout.
Além dos bróder do Stout, muita gente foda também estava por lá. A turma do QUAD, o Schaal, o Ferigato, o Aluísio e o Diego com o segundo volume da sua HQ pós-apocalíptica cheia de robôs. Os caipiras até o osso, Thobias e Camilo com sua HQ Capiar… quer dizer, Captar, sobre a difícil vida de dois pé-vermeio na capital. A Lu e o Vitor Cafaggi, Jack Herbert, que finalmente encontrei ao vivo, os incríveis Dead Hamsters, Júlia, Davi Calil, o Greg, o Fujita e o mestre Roger Cruz. Encontrei o Danilo também, acabei nem vendo o seu novo grande lançamento Astronauta – Singularidade, mas trouxe seu One Shooter, um dos gibis mais legais da convenção. Pro Flávio Luis só digo uma coisa: Yoda-se. Não dá pra lembrar de todos, mas dá pra ter uma idéia do alto nível.
Um evento como esse só pode trazer grandes histórias e lembranças. Uma delas foi a presença do Sensei Ricardo Leite, que me deu o enorme prazer de ser um dos primeiros a levar pra casa meu novo sketchbook. A chegada do Kleyton & Spider-Tom, Suannes, Vince Vader, Sidão e tantos outros também foi muito bacana. Autografei patos, muitos patos e aproveitei para colar na do Dave Johnson e Sean Murphy pra observar como trabalham e ver se aprendia alguma coisa. Tentei decorar cada pincelada. Também jamais me esquecerei, por exemplo, do Tusken Raider que apareceu por lá tocando o terror sem medo da morte enquanto jogava areia na cara de pobres jedis com seus sabres-de-luz de plástico. A Vivis evitou o dinossauro, mas encarou o Wolverine. Cosplays incríveis, maravilhosos como o Marty McFly e seu Hoverboard, o Róbin, ele mesmo em pessoa e o majestoso e poderoso Thanos, em carne e osso, tal qual vimos pela última vez no cinema. Por fim, contamos com a ilustre presença de Ben Affleck, já no seu novo uniforme de Dark Knight. Épico é pouco. Mais épico que isso, só o Forlani#EpicForlani
Mas nem só de fita crepe, papelão e roupas frouxas de nylon vive a Comic Con Experience. Achei bem foda esse vídeo da Animaff sobre a nata do cosplay brasileiro. Tá melhor que muita coisa gringa que eu já vi. Pra quem não foi, dá pra ter uma idéia do clima do evento.
Eu acompanhei, vi o trabalho que deu montar a primeira Comic Con que tivesse cara de Comic Con no Brasil, sei que vocês perderam quilos, noites, ralaram o cu na ostra e descascaram pepinos cósmicos pra fazer esse evento da forma como deve ser. Valeu a pena. Meus sinceros parabéns, Érico, Forlani, Hessel, Ivan, Joe Prado, toda a turma do Omelete e Chiaroscuro. Ceis foram Épicos.
Você comprou passagens, você reservou hotel, você marcou os dias na agenda, você comissionou sua mãe pra te costurar um lindo cosplay, você aprendeu a dizer “oi” em dothraki pra fazer média com o Khal Drogo, você ficou triste com o Gus Fringe, você separou um livro velho da Coleção Vagalume para pagar meia, você sonhou com esse evento, você contou os dias, você fez listas, você passou o ano inteiro juntando dinheiro. O dia chegou e é hora de aproveitar tudo o que a Comic Con XP tem pra oferecer.
Diburros Sketchbook Vol. 2
“Três anos de rabiscos desde a última edição, semanas percorrendo páginas e mais páginas de velhos cadernos, incontáveis horas passadas no scanner, dias editando e editando novamente. Ele está de volta: Diburros Sketchbook Vol. 2. Seguindo os passos do sketchbook mais amado de 2011, esse segundo volume traz mais páginas, muito mais esboços e idéias tiradas diretamente dos cadernos do ilustrador Macelo Braga. Explorando ainda mais seu processo criativo e seus estudos casuais entre trabalhos, durante almoços ou simplesmente por prazer, esse livro é fonte de inspiração para qualquer artista.”
POSTERS
Não dá pra voltar pra casa sem o ultra-blaster-jedi-exclusive-limited-poster “Endor Symphony Orchestra”, minha singela homenagem aos 30 anos do capítulo final (pelo menos até o próximo filme) da saga da família Skywalker e sua incrível trilha sonora composta pelo maestro John Williams. O pôster é grande, mede cerca de 40cm X 93cm e fica foda na parede da sala. Também vou levar o pôster do HULK feito para o livro Ícones dos Quadrinhos em 40cm X 56 cm e o Hellboy que fiz para os 20 anos do personagem, 40cm X 61cm.
POSTERS A3
Também teremos em A3 o clássico pôster SMURFS WARS, HULK, CHEWBACCA CORPS, e PRA CASA DO CABEÇA teaser, anunciando para 2015 o lançamento do primeiro número da História em Quadrinhos mais aguardada desse blog. Antigos leitores entenderão.
Se quiser saber mais sobre a minha HQ, confira um preview de 3 páginas desse e outros quadrinhos que será distribuído gratuitamente no estande do Stout Club no Artist’s Alley,mesas 86 a 90. Apareça pra trocar uma idéia e rever os amigos. Estaremos lá nos quatro dias da convenção eu, Rafael Albuquerque, Eduardo Medeiros e Rogê Antônio. Prestigie também nossos queridos vizinhos Felipe Nunes e Gustavo Duarte.