Em Novembro acontece o “FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte“, o maior festival de quadrinhos da América Latina. Uma de suas principais atrações é a exposição “Ícones dos Quadrinhos“, que apresentará 100 dos principais personagens das HQs, interpretados por 100 artistas de todo o mundo. Mauricio de Sousa, Charlie Adlard, Danilo Beyruth, Bill Sienkiewicz, João Montanaro, Mike Deodato, Jeff Lemire, Rafael Albuquerque, Ivan Reis, Ryan Sook, Joe Prado, Gustavo Duarte, Mike McKone, Rafael Grampá, Rafael Coutinho, Eduardo Risso, Renato Guedes e Alex Maleev entre outros escolheram seus personagens e criaram artes inéditas para a exposição.
Ei-lo colorido, verde como tem que ser, e claro, com algumas diferenças em relação ao último lápis. Até o fim do processo o trabalho está em evolução, muita coisa ainda é definida no pincel, na cor, e só depois de impresso e exposto dá pra dizer que está pronto. Aqui vão os esboços e etapas da criação do personagem que eu escolhi: o HULK.
Existem muitas maneira de desenhar o HULK, vários caminhos pra escolher, o divertido é descobrir o mais legal para o projeto. O foco desses primeiros rafes foi mais a definição do estilo e da forma do personagem do que a composição do poster.
Nesses esboços o HULK tinha uma pegada mais de monstro, quase um troll, que era bem o conceito médico/monstro que ele tinha quando foi criado e claro, antes de virar oficialmente um super-herói. Era um caminho bacana também e seria ainda mais legal se ele fosse cinza. Outros estudos acabaram mudando mais um pouco a direção da ilustração e a imagem dele jogando uma moeda ficou pra próxima.
Foram nesses rafes que eu decidi que queria desenhar o HULK durante a transformação, precisamente um pouco antes do último segundo do fim do processo. Era a parte mais legal e mais esperada de todos os episódios do seriado, e talvez o lance mais icônico do personagem. É difícil ver uma representação legal desse momento nos quadrinhos, muita gente tenta, mas pra mim, até agora nenhuma igualou à da série, nem mesmo a do Avengers, que é quase tecnicamente bem feita, mas bem bunda-mole também.
Definida mais ou menos a posição do HULK, é hora de pegar o A3 e tentar seguir o rafe o máximo possível. Na sequência entram o lápis, borracha (muito lápis, muita borracha), pincel e um pouco mais de borracha. Depois de escaneado foi só colorir com o Photoshop.
O original desse HULK e todos os outros 99 personagens estarão expostos entre os dia 13 e 17 de Novembro na Serraria Souza Pinto, centro de Belo Horizonte, que como de costume abriga o FIQ. A exposição “Ícones dos Quadrinhos”, organizada pelo Ivan Costa também pretende virar livro. Pra isso existe um projeto no Catarse. Dá uma olhada no link, já dá pra ter uma idéia da qualidade do conjunto pelas artes que estão lá.